Município: Santo André/SP
Tema: 08 - Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas
Autor(es)
Ana Maria Silva
Marcella de Oliveira
Apresentação/
Introdução:
Apresentação/Introdução:
Este relato de experiência diz respeito ao cuidado construído com E. F., de 22 anos, e seus familiares, iniciado em 02 de janeiro de 2020, quando foi admitido no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) III Joaquim Avamilano/Vila Vitória. Nesse momento, foi avaliado o contexto familiar, sua condição, como pessoa com Transtorno do Espectro Autista (TEA), o cotidiano de crises, seus gatilhos e sintomas e a relação com a rede intersetorial. A dificuldade de lidar com estímulos sensoriais e informações do ambiente em conjunto à inabilidade de percepção do corpo na relação com o espaço fomentavam as situações de crise com meltdown, isto é, uma especificidade em pessoas com TEA, com sintomas como heteroagressividade intensa.
Objetivos
Dentre os objetivos no cuidado, destaca-se apresentar a elaboração do Projeto Terapêutico Singular (PTS), no sentido de constituir um processo de cuidado que facilite a percepção corporal e o reconhecimento de situações nas quais se sinta desconfortável, enfatizando a criação de recursos terapêuticos para tal finalidade, e promovendo a reinserção psicossocial.
Metodologia
A metodologia adotada se compõe utilizando técnicas psicológicas, danças de abordagens somáticas e plano medicamentoso, com a manutenção do PTS, adaptando-o pelas necessidades insurgentes, como a morte da mãe de E.F., em 2021, por consequências da Covid-19.
Resultados
As intervenções técnicas favoreceram procedimentos técnicos, como avaliações em discussões periódicas na equipe multidisciplinar, atendimentos familiares, articulação de rede, ações monitoradas de convivência com familiares e no território, visitas domiciliares semanais e acompanhamento terapêutico. Dentre os resultados: 1- elenca-se a ausência de passagem pela emergência psiquiátrica, entre 2022 e 2023 (em comparativo a vinte e quatro entrada sem 2020 e doze em 2021), 2- percepção do corpo em movimento na relação com o espaço, ou seja, nomeação do modo como se sente emocional e sensorialmente, 3- reconhecimento de suas limitações, 4- realização das estratégias para autocontrole, quando se depara com gatilhos de crise, como se automassagear, pedir para sair de um lugar porque há algo incomodando, pedir para ficar sozinho e andar, e 5- seu pai reconhecer a necessidade e a importância de participação no grupo de família.
Conclusões
Compreendendo a necessidade de rotina para diminuição de ansiedade e melhor organização de E.F, atualmente ele está em hospitalidade diurna em três períodos por semana no CAPS, participando de oficinas e da ambiência/convivência, indo à natação duas vezes por semana, participando de atividades familiares, com tempo de lazer em casa e frequentando a Escola Paulista, local em que estudava, durante as manhãs, em dias úteis. No acompanhamento, há o plano de diminuição da dosagem medicamentosa, tendo sido iniciada, com êxito, em novembro de 2023.
Palavras-chave
Saúde Mental, Cuidado, Psicossocial, PRS